terça-feira, outubro 26, 2010

Views: Why Are We Assessing? - Inside Higher Ed

Views: Why Are We Assessing? - Inside Higher Ed

The most important purpose of assessment should be not improvement or accountability but their common aim: everyone wants students to get the best possible education.
But even if we help faculty learn about research-informed pedagogies, do they have meaningful incentives to use them? Providing students with the best possible education often means changing what we do, and that means time and work. Much of the higher education community has no real incentive to change how we help students learn. And if there's little incentive to change or be innovative, there’s little reason to assess how well we're keeping our promises.

Our second common purpose of assessment should be making sure not only that students learn what’s important, but that their learning is of appropriate scope, depth, and rigor.

Our third common purpose of assessment is something we don't want to talk about, but it’s a reality that isn’t going away: it's how we spend our money. Actually, it's not our money. Every college and university is simply a steward of other people's money: tuition from our students and their families, funds from taxpayers, gifts from donors, grants from foundations. As stewards, we have an obligation to use our resources prudently, in ways that we are reasonably sure will be both successful and reasonably cost-effective. Here again, assessment is simply a vital tool to help us do this.

Now is the time to bring these three common purposes of assessment to the forefront. In order to tackle them, we need to work as a community, with greater and broader dialogue and collaboration than we see now. Now is the time to move our focus from the road we are traveling to our destination: a point at which we all are prudent, informed stewards of our resources… a point at which we each have clear, appropriate, justifiable, and externally-informed standards for student learning. Most importantly, now is the time to move our focus from assessment to learning, and to keeping our promises. Only then can we make higher education as great as it needs to be.

sexta-feira, maio 07, 2010

Avaliação de desempenho

Já se sabia que ia chegar, e aqui está ela: os professores universitários vão ser avaliados. Descontemos por um momento que as provas de APCC, as de doutoramento, e as da nomeação definitiva por que passei também foram momentos de avaliação. Esqueçamos o ter trabalhado 15 anos até atingir uma posição de (sei-o agora!) relativa estabilidade. Nunca tive medo de avaliações, e não é agora que vou passar a ter. Gosto delas justas, mas já passei por muitas que não o foram. Tenho até o palpite que estas também não vão ser, até porque estão a ser organizadas por professores universitários. Sim, os mesmos que fizeram a transição para Bolonha, lembram-se? Pois.

Vou ir deixando por aqui umas notas sobre o assunto, que é para isto que este blogue serve.

Li com atenção e respeito os dois artigos publicados por Paulo Ferreira da Cunha no último número da revista do SNESup, um dos quais está também publicado no site: Pensada Lei, Pensada Malícia - A propósito das avaliações universitárias em preparação:
Avaliar é muito importante, porque seria uma forma de introduzir mais justiça na Universidade. Mas só se for mesmo para introduzir justiça. E, como dizia Santo Agostinho, só é possível haver justiça com pessoas justas. Tememos que a nossa sociedade e a nossa Universidade, cada vez mais egoístas e competitivas, cada vez mais amorais, não tenham ainda aprendido o necessário distanciamento e imparcialidade.
O outro artigo é mais concreto, mas igualmente au point. Vou ver se o encontro por aí.

sábado, abril 17, 2010

O pronto-a-vestir universitário

As developing countries build their higher education sectors, many see the "US-style university" as the desired model. This typically means an institution that combines teaching at most or all postsecondary levels with a broad, internationally recognised research programme, all in a campus-like setting. Faculty are expected both to teach and to carry out research in areas that are globally recognised as important. But is this really an appropriate model?
[...]
Many countries considering this model do not have the base of the pyramid in place. Without it, the elite university cannot effectively play the role that its proponents assume. And last but not least, this is the most expensive model of higher education ever invented. Combining research and teaching may have benefits, but it also has high costs. Research faculty command relatively high salaries compared with teaching faculty, and they teach relatively few students. Research facilities are expensive to build and maintain. Even the US is finding that it can no longer afford this model.
[...]
developing countries should concentrate on building institutions of quality that respond to the issues, challenges and opportunities of their own situations. They should investigate radically different approaches that lower the cost of higher education while achieving appropriate educational goals.
This independent path is the best way to serve their citizens and their futures. In time, the best of these institutions will come to define "world class" in 21st-century terms, just as happened in the US in the 20th century.



Sérgio Godinho, "Não te deixes assim vestir"
(a partir do minuto 6)

quinta-feira, abril 15, 2010

Uma (boa) pergunta

"I have a question and it goes like this. Just suppose we are in a period in which the future of human life on the planet is seriously threatened – by climate change and all the negative economic, social and cultural processes that attend it – then are the world’s universities really doing all they could to mitigate and even head off the risks? So far as I’m concerned, it’s a rhetorical question. The answer is – not really. Good, maybe, but not good enough."
Ler o resto

quarta-feira, março 17, 2010

quarta-feira, março 03, 2010

Theory and Practice of Online Learning

"Distance educators, students, administrators, and parents are daily forced to make choices regarding the pedagogical, economic, systemic, and political characteristics of the distance education systems within which they participate. To provide information, knowledge, and, we hope, a measure of wisdom, the authors of this text have shared their expertise, their vision, their concerns, and their solutions to distance education practice in these disruptive times. Each chapter is written as a jumping-off point for further reflection, for discussion, and, most importantly, for action. Never in the history of life on our planet has the need for informed and wisdom-filled action been greater than it is today. We are convinced that education—in its many forms—is the most hopeful antidote to the errors of greed, of ignorance, and of life-threatening aggression that menace our civilization and our planet.
(...)
This book is written by authors from a single university—Athabasca University—which has branded itself “Canada’s Open University.” As an open university, we are pleased to be the first such institution to provide a text such as this one as an open and free gift to others.
"

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Uma outra visão do processo de Bolonha

"While it is easy to claim that certain reforms are technically in place and to provide supporting evidence for this, listening to the student voice can reveal that these reforms are only in place at a rather superficial level, and that the situation on the ground is far less glossy than the paper on which such statements are made."

Um relatório arrasador, que vale a pena ler para confirmar que afinal não é apenas impressão nossa:

Bologna with student eyes. European Students' Union, 2009.

domingo, janeiro 31, 2010

Que inteligências predominam?


Através de um artigo com o sugestivo título "The Secret to Helping Your Child Excel in School and in Life" e que aborda a questão das inteligências múltiplas de Howard Gardner descobri um recurso disponibilizado pela Birmingham Grid for Learning que permite testar o desenvolvimento relativo de cada um dos nossos tipos de inteligência:
  • Kinaesthetic - Body Smart
  • Linguistic - Word Smart
  • Logical - Number Smart
  • Interpersonal - People Smart
  • Intrapersonal - Myself Smart
  • Musical - Music Smart
  • Visual/Spatial - Picture Smart
  • Naturalistic - Nature Smart
Faça o teste!

sábado, janeiro 30, 2010

Universidades: O desafio da concorrência internacional

Um artigo que faz pensar...

Pedro Santa Clara
Professor Catedrático, Millennium bcp chair in Finance, Faculdade de Economia, Universidade Nova de Lisboa

"O Tratado de Bolonha tem três aspectos cruciais: standardiza os graus de ensino superior, permite que alunos nacionais e estrangeiros concorram às universidades em pé de igualdade, e obriga ao reconhecimento mútuo dos graus concedidos. A consequência inevitável é o aumento da concorrência entre universidades internacionais pelos melhores alunos e professores. Dentro de 10 anos, os melhores alunos portugueses poderão estudar na Universidade de Lisboa ou na Humboldt Universitat em Berlim - e não haverá barreiras linguísticas que o impeçam porque as universidades de topo vão todas ensinar em Inglês. A Europa vai aproximar-se dos EUA, e vai haver países como o estado do Nebraska sem qualquer universidade que se distinga e outros como o estado do Massachussets com várias, incluindo Harvard e o MIT.

Nos anos 80, os melhores gestores portugueses tiravam o MBA no nosso país. Desde o fim dessa década, passaram a ir para o INSEAD e outras business schools internacionais. Mas se a concorrência já é internacional nos MBAs há muitos anos, vai agora generalizar-se a todas as áreas e graus de ensino. A luta vai travar-se primeiro nos mestrados, em que os alunos se movimentam com mais facilidade e há maior disponibilidade para pagar propinas. Mais tarde a disputa vai alargar-se mesmo às licenciaturas. Haverá universidades Portuguesas capazes de concorrer com as melhores da Europa? Ou vamos perder os nossos melhores alunos sem receber em troca alunos equivalentes de outros paises? Este é o desafio do século para a academia Portuguesa.

A concorrência internacional vai ter implicações também no recrutamento de professores. As diferenças de qualidade entre universidades vão aumentar. Vamos ter na Europa um ranking claro de instituições, desde as correspondentes a Chicago e Stanford nos EUA até a pequenas universidades de âmbito local. Isto vai levar a uma feroz concorrência pelos melhores professores e investigadores. As universidades de topo vão pagar para atrair o melhor talento de toda a Europa.

Vimos um fenómeno semelhante no mundo do futebol com a criação da Champions League, que diferenciou brutalmente os clubes entre uma elite Europeia e um grupo focado nos campeonatos nacionais. E vimos tambem as consequências que teve na disputa pelos melhores jogadores e treinadores...

Da mesma forma que temos clubes competitivos na Champions, Portugal tem possibilidade de desenvolver uma ou duas universidades que se batam pelos lugares de topo no ranking Europeu. Temos um trunfo importante que é ter cidades como Lisboa que são simpáticas, com clima ameno, vida animada, e boas ligações internacionais. Mas, para concorrer com as melhores da Europa, vamos precisar de recursos substanciais para melhorar instalações e para contratar e reter os melhores professores. Há muito a fazer...

Primeiro, temos que largar o modelo Soviético de planeamento central das universidades. Há 30 anos que deixámos de tabelar o preço da bica mas continuamos a fixar o salário dos professores. Se continuarmos assim, as universidades de topo Europeias vão atrair os melhores professores nacionais como aconteceu no mundo de futebol com os clubes do top Europeu a recrutar os nossos melhores jogadores.

Além disso, temos um ministério que decide centralmente quantas vagas cada universidade tem, que alunos deve admitir, quantos professores pode recrutar, quais os critérios para o fazer, etc. Pensem o que seria um sistema semelhante para o Benfica ou o Porto, com o governo a tabelar salários e a determinar regras para a contratação de jogadores... Temos que dar verdadeira autonomia às universidades e deixá-las decidir como melhor aplicar os seus recursos para concorrer internacionalmente.

Se queremos subsidiar o ensino superior, devemos financiar as universidades por aluno que as escolha. Vai haver universidades melhores que atraem mais alunos, crescem e ficam mais fortes para suster a concorrência internacional. E vai haver universidades mais fracas que não atraem ninguém e que devem desaparecer. A política actual de dividir os recursos de forma solidária entre as universidades para sustentar as piores vai levar-nos à ruína. Não é obviamente possível ter uma universidade internacionalmente competitiva em cada capital de distrito. Se teimarmos em distribuir os nossos parcos recursos por um grande número de instituições de má qualidade, vamos perder definitivamente a oportunidade de ter um pequeno número de boas escolas internacionais. Mais uma vez, imaginemos o que seria o governo nao permitir ao Benfica ou Porto ter mais espectadores ou jogadores para tentar salvar o Boavista ou o Vitória de Setúbal. Não só estes últimos clubes continuariam mesmo assim em dificuldades mas os primeiros rapidamente deixariam de ser competitivos na Europa. Precisamos de um sistema que promova o mérito, em que as melhores universidades possam obter mais recursos e em que as piores possam desaparecer. E temos que perceber que, para um país da dimensão de Portugal, um pequeno número são duas ou três universidades, tal como só temos dois ou três clubes de futebol competitivos na Europa.

Temos uma janela de oportunidade de alguns anos porque grande parte da Europa tem um sistema universitário com tantos problemas como o nosso. Mas a Europa já está a mudar. Pequenos países como a Holanda e a Espanha estão a criar universidades muito competitivas internacionalmente. Quando os gigantes como a França e a Alemanha acordarem, será tarde demais para as universidades Portuguesas.

O campeonato mudou e temos que adaptar as nossas universidades para responder ao desafio."

Fonte: Público

quinta-feira, janeiro 21, 2010

You can lecture, but can you teach?

Interessante saber que em várias IES do Reino Unido os novos professores têm que fazer um curso para melhorar as suas competências para o cargo.
Este artigo do THE põe os dedos em todas as feridas: os métodos pedagógicos no ensino superior (leia-se, o método expositivo) são, no geral, os mesmos de há séculos; as competências pedagógicas dos professores são assumidas, não certificadas; dominar um assunto não é garantia de o saber ensinar. O autor demole depois os argumentos contra a formação pedagógica e apresenta não apenas uma estrutura de um curso de formação para professores do ES, mas um método para o organizar que é ele próprio uma lição de pedagogia.
Gostei particularmente da observação final de que nas IES se confere mais importância à investigação, sendo o ensino visto, se não como um refúgio de quem não sabe fazer mais nada, pelo menos como uma actividade menor.
In any case, certain unusual people aside, exceptional researching and exceptional teaching probably require different talents. As to which is the more important, recall that right-wing death squads in Central America targeted village teachers, not university professors. Both research and teaching are obviously important; but that is ultimately a matter of values.